domingo, 17 de outubro de 2010

EUCALIPTO: DO PLANTIO AO CORTE

Alguns cuidados que podem fazer diferença nos resultados na produção de madeira de eucalipto.


· Como qualquer outra cultura agrícola, fazer a correção do solo, se necessário, o mesmo para a acidez;
· Evitar, se possível, o plantio de apenas uma variedade. Diminui o risco de perdas. Citriodora (pelo valor) e grandis (pela adapatação) é um bom exemplo; este ítem o próprio viveirista irá propor, para segurança dele;
· Irão oferecer o camaldulensis também; bom para o cerrado;
· O maior inimigo é a formiga cortadeira, então antes do plantio deve ser feita uma varredura e eliminar o que for encontrado, e depois de plantado também;
· São muito sensíveis também na competição com ervas daninhas – o eucalipto perde a batalha enquanto criança, depois de adulto fica fácil;
· Cada muda necessita de 3 a 4 litros de água quando plantada, então procure plantar na primavera e suas chuvas – ou irrigue, os 3 metros entre ruas são propositais para que o trator possa trabalhar.
· O espaçamento: existem muitas recomendações. O que sei é que cada árvore precisa de um mínimo de 6 m2 para se desenvolver bem. Pode ser 3,0 x 1,5m (mais de 4.000 plantas por alqueire) Com 4 anos se faz o desbaste (neste caso eu chamo de corte mesmo, porque o que é retirado já é comercializado para lenha), alternando, passando a 3,0 x 3,0;
· Replantio: no máximo em 40 dias;
· Se quiser uma madeira de melhor qualidade, faça a poda (retirar os nós vivos) e desbaste (retirada de árvores que não se desenvolveram)
· Muito cuidado no corte, é preciso condições para uma boa brotação (este item pode fugir do controle, geralmente quem compra é que retira a madeira e este que compra contrata outro para cortar, que também paga as famosas diárias de madeireiros para terceiros, que não estão nada preocupados com as suas árvores) – altura de corte (10 – 15 cm para o grandis, que tem baixa capacidade de rebrota e 5 cm para o cheiroso que tem boa brotação), limpeza pré-corte, controle de formigas;
· Não faça cortes em períodos secos;
· Somente compre mudas de viveiros conhecidos, idôneos; encontra-se mudas de R$0,18 de boa qualidade.
· Custo de implantação: R$ 2.500,00 a R$ 5.000,00 por alqueire.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

EUCALIPTO: ESPÉCIE E EXPECTATIVA DE LUCROS


Ainda sobre o eucalipto, vou fazer uma quase correção, ou um complemento referente à escolha da espécie. Disse que a recomendada para nossa região é o grandis, mas esta escolha merece mais atenção e estudo, pois depende da finalidade. Se for para produção de carvão, então de fato a espécie indicada é o grandis, porém quando se visa a produção de lascas e palanques (que são utilizados principalmente na construção de cercas) a espécie indicada é o citroeodora – comumente chamado de cheiroso, pois esta espécie é a menos porosa, ou mais “maciça”, e esta característica agrega valor - as empresas compradoras preferem (algumas exigem) esta espécie. Este texto pode servir de alerta aos produtores, porque os viveiristas propagam que o grandis é o melhor, mas na verdade o é para eles, pela facilidade de formação das mudas. O citroeodora exige maiores cuidados dos viveiristas, é uma muda difícil de se produzir com qualidade (existe um simples procedimento que resolve este problema de formação de boas mudas). Agora traduzindo a atividade em números: enquanto as espécies mais porosas estão cotadas a 60 reais por tonelada, o cheiroso alcança 100 reais (estou falando de boas árvores de 6 - 7 anos de idade para produção de lascas e palanques). E em relação à rendimentos, uma expectativa simplificada: lucro líquido de 25 mil reais por alqueire a cada 6 - 7 anos com o cheiroso. É fazer as contas e decidir.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

EUCALIPTO – HERÓI OU VILÃO?

O que todos já sabem: que é precoce na produção de madeira, espécie exótica originária da Austrália, que sua madeira tem inúmeras utilidades, que uma das espécies tem um odor bastante agradável e é utilizado como perfumante e desinfetante. À nível de produtores, podemos destacar mais algumas propriedades conhecidas desta cultura: que pode ser utilizada para formação da Reserva Legal (se é que ela vai existir) com direito à cortes, desde que se plante em consórcio 200 mudas de espécies nativas por hectare, que é uma potencial fonte de renda – há quem acredite que é um gerador de riqueza (R$ 35,00 a R$45,00 o metro cúbico em pé em Junho/2010), e que sua implantação necessita de cuidados.
Mas o eucalipto é envolto por mitos e boas verdades que merecem ser expostas (me perdoem os Agrônomos – Grandão, Gustavo, Paulo, Elias, Ricardo, Ivo, Sabino...pela minha intromissão em área alheia). Agora as lendas e verdades:
Eucalipto seca o solo. Mentira, lenda rural. Suas raízes medem no máximo 2,5 metros, não alcançam o lençol freático, conseguem absorver mais água quando o solo está úmido e menos na estação da seca. Em resumo “bebem” menos água do que a cana-de-açucar, soja, bovinos e até feijão.
Eucalipto empobrece o solo. Nada disso. O que ele consome via solo é devolvido na forma de matéria orgânica pelas folhas e cascas. Basta após a colheita deixar estes restos no solo e não queimá-los (acreditem, alguns fazem isto).
Eucalipto gera o chamado deserto verde. Mito. Esta afirmação partiu de representantes de ONGs que analisam o plantio desta importante ferramenta de preservação do que sobrou de florestas nativas (reduz a pressão de corte), à partir da vigilância nos arredores das grandes produtoras de papel e celulose (Klabin, Aracruz...). No envolto destas empresas ocorre o florestamento com eucalipto ou pinus, matérias-prima para o seu funcionamento, o que caracteriza monocultura, palavra que provoca os mesmos sintomas da TPM nos representantes das ONGs. Porém sendo uma cultura que demanda 2 a 7 anos para corte (ou mais, dependendo da finalidade), possibilita a presença de fauna nômade, com permissão para ambiente reprodutivo, inclusive. São os denominados corredores ecológicos, pois permitem que os animais alcancem as florestas nativas.
Quanto ao seu papel sócio-econômico, é uma cultura que gera empregos diretos e indiretos, desde a produção de mudas até o corte e beneficiamento (como qualquer outra) e ajuda à combater o efeito estufa pelo consumo de carbono da atmosfera (10 toneladas por hectare por ano)
Este é o Eucalipto. Herói, e injustiçado, não tenho dúvidas. Para as variantes de sistemas de implantação e produtividade escrevo durante as férias, como foi prometido em sala de aula.

sábado, 17 de julho de 2010

O NASCIMENTO DA GM

Algumas histórias são mesmo interessantes de se contar ou de se conhecer. Algumas de sucesso, outras engraçadas, outras de erro de avaliação, e por aí vai. Esta que conto aqui é referente àquela que por muitos anos foi a maior empresa mundial, apenas um dado, a GM - General Motors - corporação norte-americana, fabricante de motores e montadora de veículos desde sua fundação, entre eles o lendário Camaro estampado na foto. E no seu surgimento que mora o fato curioso, como surgiu a GM...!!?? Se pesquisarem na rede e literatura vão encontrar diferentes versões, mas aposto algumas fichas que esta é a mais provável: os engenheiros da Ford Corporation insistiam para que seu patrão (Henry Ford) fabricasse veículos de outras cores que não o preto (única cor dos vitoriosos Ford T). Mas ele era teimoso demais e não acatou a sugestão dos seus funcionários, que então se demitiram e juntos fundaram uma empresa e a batizaram de GM. Pronto, nasceu a General Motors.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

RESERVA LEGAL E APPs


Este é o tipo de assunto que se fosse uma pessoa diríamos: este é o cara. É um caldeirão que foi colocado no fogo e começou à ferver. O fato é que a lei é antiga (1965), considera regiões mas não classifica propriedades, e me parece que não dá a importância devida à segurança alimentar (quantitativa). Entra no jogo então a figura dos políticos representantes dos produtores - denominada bancada ruralista - para defender seus interesses. Do lado oposto estão os ditos ambientalistas, na verdade representam ONGs e não o ambiente. Em resumo: os proprietários de terras das regiões sudeste e sul devem reflorestar 20% de sua área total (esta porcentagem varia com a região, chegando a 80% se alcançar a Floresta Amazônica) - isto é Reserva Legal. APP siginifica área de preservação permanente, maioralmente representada pelas beiras de rios, lagos e lagoas, denominadas matas ciliares, com largura delimitada em função da largura do rio!!?? O sr José Messias, na foto no momento em que me dizia da dificuldade que teve na implantação de sua APP que margeia uma região de lago de usina. Não é difícil perceber que há um desequilíbrio aí. Não é considerado o cultivo nas fronteiras destes cílios, não é considerado o relevo do local; apenas a largura do rio, muitas vezes modificados por lagos de usinas hidrelétricas. A bancada ruralista, então, montou um relatório propondo modificações nestes critérios, isto é, alterando o Código Florestal e claro que houve gritos histéricos dos representantes das ONGs, que não têm proposta de modificação, apenas forçam a permanência sem alterações da lei de 1965 e exigiam que a votação fosse adiada para o próximo ano!!??. Convenhamos: o produtor está sendo prejudicado sim, e a segurança alimentar quantitativa se compromete com a aplicação desta lei que determina multas onerosas aos que não a cumprirem. Este relatório está disponível no endereço http://aldorebelo.com.br/?pagina=noticias&cod=1193, e foi aprovado pela Comissao de Meio Ambiente 06/06/2010, e precisa passar pelo crivo do Legislativo. Li o relatório e percebi que altera os pontos principais, mas ainda assim precisa de ajustes. O equilíbrio ainda não foi alcançado.

ÍNDICES ZOOTÉCNICOS

Na maioria de minhas visitas em propriedades, ou em conversas com colegas produtores e técnicos, percebo que o que discutimos em relação às pecuárias são invariavelmente manejo, alimentação e raças e quais os resultados obtidos em função destas escolhas (se ficar doente chama o médico veterinário). Estes resultados são reflexos dos índices zootécnicos, alguns são os próprios, isto é, o próprio índíce é o resultado que se busca. Um exemplo fácil: ao se adotar o uso de caroço de algodão na dieta de novilhos nelore o ganho de peso alcançou 600 gramas/animal/dia, criados em regime semi-extensivo no período da seca. Perceba a quantidade de informações contidas nesta frase e o dado 600 gramas/dia é um resultado e ao mesmo tempo um índice (ganho de peso diário). É com isto que trabalhamos, o que tramamos quando modificamos um manejo, balanceamos uma dieta, fazemos um melhoramento de plantel, é buscar melhores índices, que se traduzem em resultados. Bons resultados.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

EFICIÊNCIA E EFICÁCIA

Quem é o melhor, o eficiente ou o eficaz!? Os dois adjetivos nos remetem a elogio ou virtude, e tem gerado discussões pela dificuldade de diferenciar um do outro, pelas pesquisas que fiz percebi que as incertezas são maiores do que eu imaginava. Encontrei significados distintos, ou mesmo contrários. Fico com a opinião de que o eficiente faz e o eficaz faz o mesmo, porém com menos recursos, ou menos tempo, isto é, o eficaz é melhor. Mas tem muito consultor na rede que pensa o oposto; tudo bem, confio na minha fonte: Élcio G. de Oliveira, o grande Baçú, letrista, advogado, tio e maior detentor de domínio da lingua portuguesa que conheço. Então vamos buscar a eficácia, pois a eficiência vêm junto, obrigatoriamente.